Hipertensão Arterial: como medir?

Hipertensão Arterial: como medir?

 

 

1. O que é?
A Hipertensão Arterial (HTA) ocorre quando a pressão com que o sangue circula no interior das artérias (pressão arterial) se encontra elevada de forma crónica.
A Pressão Arterial classifica-se em: sistólica/“máxima” (PAS) e diastólica/ “mínima” (PAD). A PAS corresponde à fase em que o coração contrai, enviando o sangue para todo o corpo; enquanto a PAD ocorre quando o coração relaxa para se encher novamente de sangue.

2. Quando é que um indivíduo é considerado hipertenso?
Quando apresenta, em pelo menos duas ocasiões distintas, valores médios iguais ou superiores a PAS 140 mmHg e/ou PAD 90 mmHg, determinados por um profissional de saúde.
São considerados valores normais quando ambos se encontram abaixo de 130/85 mmHg. No entanto, valores entre 130-139 mmHg (PAS) e 85-89 mmHg (PAD), o designado normal-alto, constituem um risco de desenvolver a doença.

3. Quais as causas?
Em 90% dos casos, não existe uma causa conhecida para a HTA, sendo classificada como essencial ou primária. Caso seja possível encontrar uma doença/condição, é classificada como secundária.

Alguns exemplos dessas doenças/condições incluem:

  • apneia do sono;
  • doença renal crónica;
  • síndrome de Cushing;
  • feocromocitoma;
  • hiperaldosteronismo primário;
  • coartação da aorta;
  • doença tiroideia e paratiroideia;
  • toma de contracetivos orais;
  • gravidez;
  • idade.

4. Quais os sintomas?
Regra geral, a HTA é silenciosa, sem quaisquer sintomas nos primeiros anos. Nalgumas situações, pode manifestar-se através de: 

  • dores de cabeça;
  • tonturas;
  • mal-estar geral;
  • visão desfocada;
  • dor no peito;
  • sensação de falta de ar.

5. Quais as complicações?

A HTA não for controlada pode danificar os vasos sanguíneos e alguns órgãos vitais ao longo do tempo e ocasionar diversas complicações, tais como:

  • problemas cardíacos (enfarte do miocárdio, angina de peito e insuficiência
    cardíaca);
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • insuficiência renal;
  • perda gradual da visão;
  • disfunção erétil;
  • doença vascular periférica.

A adoção de um estilo de vida saudável pode prevenir o aparecimento da doença e a sua deteção e acompanhamento precoces podem minimizar o risco de desenvolver estas complicações.

6. Quais os fatores de risco?

  • Idade: a PA tende a aumentar com a idade, uma vez que os vasos sanguíneos vão perdendo a elasticidade à medida que envelhecemos.
  • hereditariedade: uma história familiar de HTA aumenta a probabilidade de desenvolver a doença. O risco aumenta se forem adotados estilos de vida pouco saudáveis.
  • sexo: nos homens é mais comum aparecer antes dos 45 anos. Contudo, após o início da menopausa e a partir dos 65 anos, as mulheres apresentam um maior risco.
  • raça: pode afetar qualquer indivíduo. No entanto, tende a ser mais frequente, precoce e grave em indivíduos de raça negra, comparativamente aos caucasianos.
  • obesidade;
  • consumo excessivo de álcool;
  • tabagismo;
  • sedentarismo;
  • alimentação desequilibrada;
  • consumo excessivo de sal: o aumento de sódio nos fluidos corporais contribui para a retenção de água e, consequente, aumento da PA.
  • stress: pode aumentar temporariamente a PA, apesar de não estar provada nenhuma relação entre o stress e a HTA. Não obstante, os indivíduos expostos a situações de maior stress, têm habitualmente comportamentos e estilos de vida menos saudáveis que poderão influenciar o risco de HTA.

Os fatores de risco relacionados com atitudes, comportamentos e estilos de vida pouco saudáveis, quando corrigidos, poderão prevenir a doença. Assim é imprescindível que tenha um papel ativo na prevenção. 

7. Como prevenir e controlar a HTA?
As estratégias preventivas, se aplicadas precocemente, constituem um potencial enorme para prevenir o desenvolvimento da doença. As alterações no estilo de vida devem ser instituídas em todos os indivíduos, independentemente da necessidade de terapêutica anti-hipertensora.

  • Reduza a ingestão de sal;
  • privilegie uma alimentação equilibrada: consuma mais frutas, legumes e alimentos ricos em fibra e potássio; reduza a ingestão de gorduras saturadas (ex.: carne vermelha, gema de ovo, manteiga, queijos curados, produtos de charcutaria). Se sentir necessidade, procure a ajuda de um nutricionista;
  • modere a ingestão de álcool: um copo de vinho tinto à refeição;
  • pratique exercício físico;
  • reduza o tabagismo;
  • controle o peso;
  • caso faça medicação anti-hipertensora cumpra sempre o tratamento: a interrupção da terapêutica pode agravar os sintomas;
  • meça regularmente a pressão arterial.

8. Como e quando medir a tensão arterial?

  1. Meça num ambiente calmo, após descansar 5 minutos.
  2. Nos 30 minutos antes não fume, não faça exercício físico, nem ingira bebidas estimulantes (ex.: café).
  3. Deve estar sentado, com as costas, os braços e os pés apoiados.
  4. Não fale durante a medição.
  5. Escolha o braço que apresentou valores de PA mais elevados.
  6. Em cada avaliação da PA, deve efetuar 2 medições, com 1-2 minutos de intervalo.
  7. Meça a PA em diferentes períodos do dia: de manhã e à tarde.
  8. Registe as medições efetuadas, bem como a hora e o dia.

9. E se os valores estiverem baixos?
Se não tiver nenhum sintoma (ex.: tonturas, desmaio, visão turva, palpitações, fadiga, pele fria e pálida e/ou náuseas), não há motivo para se preocupar. Caso experimente algum sintoma, deve consultar um médico para determinar qual a causa
subjacente.

10. E se estiverem altos?
Se apresentar valores superiores a 180 mmHg (PAS) ou a 120 mmHg (PAD), deve aguardar uns minutos e repetir a medição. Se os valores permanecerem elevados deve consultar um médico rapidamente.

 

Conte com a sua Farmácia Grave…

Dra. Rita Mestre (Farmacêutica) em parceria com a Sociedade Portuguesa de Hipertensão

 

 

Deixe seu comentário