Uma alimentação equilibrada na gravidez é essencial para o seu bem-estar e para o crescimento saudável do seu bebé.
O consumo de uma mistura equilibrada e saborosa de alimentos poderá não só manter a mãe saudável durante a gravidez e facilitar o trabalho de parto, como poderá também ajudar a estabelecer os alicerces essenciais para o crescimento do seu filho. Estudos indicam que nas primeiras refeições “sólidas” o bebé aceita melhor os alimentos que a mãe ingeriu durante a gravidez. Uma alimentação saudável, além de beneficiar a saúde do seu filho pode ainda contribuir para que este tenha bons hábitos alimentares no futuro.
Na gravidez, é natural que aumente de peso devido à formação da placenta, ao líquido amniótico, ao crescimento do feto, ao volume do útero e do sangue, ao tecido mamário e à gordura de reserva. Um inadequado ganho de peso contribui para um aumento do risco de atraso de crescimento intrauterino e da mortalidade perinatal. Além disso, está associado a um aumento de peso do recém-nascido e, secundariamente, a um maior risco de complicações na fase adulta.
A grávida tem necessidades aumentadas de energia e de nutrientes, sendo este aumento dependente do trimestre em que se encontra. Como o ganho de peso deve ser mínimo durante o 1º trimestre e o gasto de energia total não se altera significativamente, o consumo de energia adicional é recomendado apenas no 2º e 3º trimestres da gravidez, mas tal não significa que deverá comer “por dois”! No 2º e 3º trimestres, as necessidades proteicas também estão aumentadas, apesar da alimentação “normal” conseguir suprir esses aumentos, não sendo necessário recorrer a suplementos proteicos. Deve sim:
- ingerir diariamente fontes proteicas a partir dos laticínios;
- ingerir moderadamente fontes proteicas de origem animal;
- optar por leguminosas - são uma ótima alternativa proteica.
1. E que vitaminas e minerais deve privilegiar?!
Começando pelas vitaminas, o ácido fólico desempenha um papel-chave na redução do risco de desenvolvimento de malformações do tubo neural do feto. Recomenda-se:
- aumentar o consumo de hortícolas de folhas verdes, de frutas ricas nesta vitamina, de cereais integrais e leguminosas;
- a toma de suplementos.
A vitamina D é fundamental para a fixação do cálcio e para a formação do esqueleto e dentes. Exemplos de alimentos ricos nesta vitamina incluem peixes gordos e ovos. Contudo, é maioritariamente sintetizada pela exposição solar.
Quanto aos minerais, o ferro ajuda a aumentar o volume sanguíneo e a prevenir a anemia. É importante para o metabolismo energético e para o desenvolvimento do sistema nervoso do feto. O seu défice pode desencadear um baixo peso da criança à nascença, prematuridade, mortalidade perinatal e perturbações na formação dos neurónios. Para tal, deve:
- aumentar o consumo de alimentos de origem animal, de leguminosas e de hortícolas de folhas verde-escuro;
- tomar suplementos.
A deficiência de iodo durante a gravidez pode comprometer o desenvolvimento cognitivo do feto. As grávidas devem receber um suplemento diário de iodo, sob a forma de iodeto de potássio. Para a sua ingestão apropriada deve:
- adotar uma alimentação variada, privilegiando as fontes de iodo (pescado, leguminosas, hortícolas, leite e derivados);
- substituir o sal comum pelo sal iodado.
O cálcio é importante para os ossos e dentes saudáveis, quer da mãe, quer do bebé. Para tal, deve:
- selecionar as melhores fontes de cálcio (produtos lácteos e alguns cereais);
- optar pelos produtos lácteos com menor teor de gordura – fornecem uma maior quantidade de cálcio comparativamente aos produtos com maior teor de gordura.
Além destes minerais, também é importante ter em atenção a ingestão de zinco e de magnésio.
No entanto, as recomendações alimentares e nutricionais devem adaptar-se a cada mulher, tendo em consideração as diferenças individuais. Recomenda-se a adoção de um estilo de vida saudável, que deve começar antes da gravidez para otimizar a saúde da mulher e reduzir o risco de complicações e de algumas doenças no bebé. Conte com o serviço de nutrição da sua Farmácia Grave!
Dra. Rita Bispo
Nutricionista